quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ÁGUA

(imagem do google)
Água 
que
desce
dos
olhos,
rio de incerteza,
nascente de esperança.
O resto são pedras roladas,
assim como a vida.
(Angela Cristina Fonseca, setembro de 2014)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

ELA

Só sedução. É do que ela gosta. Mais que do frêmito do desejo ou do gozo do enlace carnal. Assim: homens torcendo o pescoço ou colidindo postes, na tentativa de acompanhar seu passo ensaiado. Olhares que devoram a possibilidade. Ela gosta.
Seu olhar, esverdeado, mescla de enfado e desprezo irônico, atiça libidos. Na boca, o sorriso lascivo, vazio de outras intenções que não a pura provocação. Perversa!
Quando jovem, era, digamos, uma morena de parar o trânsito. Cabelos longos, anelados; olhar felino; corpo com as curvas certas. Já era consciente do prejuízo que causava aos egos masculinos. E mal se importava. Deixava-se cortejar... e nada! Chegou a namoriscar uns rapazes, casou-se com dois deles – tinha especial predileção por babões e malvados – mas, na maior parte das vezes, era o jogo que a interessava.
Inexoravelmente, entretanto, esvai-se o tempo. Para alguns, de maneira impiedosa, enquanto, para outros, de forma um tanto mais generosa. Ela se enquadra na segunda categoria. Aos 60, a pele é suave, amorenada, sem manchas; os olhos ainda possuem brilho e intensidade; o corpo ganhou volume discreto, porque não passou pela maternidade. Sua vaidade hoje, curiosamente, é de outra estirpe. Orgulha-se dos neurônios. Intactos. Inteligência não lhe falta, bem como rapidez de raciocínio e flashes instantâneos de compreensão e interpretação do mundo, macro e micro. Leu muito, a vida toda, e tem um repertório invejável de cultura. Transita com facilidade e donaire entre idiomas diferentes, sem perder o foco e as sutilezas. 
No entanto, fascinar ainda é seu esporte predileto. Quando sai, o que não acontece com muita frequência, volta a vestir a personagem e vai, suavemente, espargindo resquícios de feromônios por onde passa. Majestática. Porém, fingindo indiferença. Maior a experiência, mais aprimorada a perversidade. Compensação, talvez, para a perda do antigo glamour.
Fico imaginando que prazer exótico advém de tão estranha compulsão. Já ela... ah, ela segue sua existência insistindo em erotizar sonhos alheios. 
Angela Cristina Fonseca, 16/09/2014

domingo, 14 de setembro de 2014

DE REPENTE... OS IPÊS!

Novos textos dialogando. Desta vez é a poeta Marília Siqueira Lacerda, que fala dos ipês com o mesmo amor mineiro que temos por esta legítima representante de nossa flora, quem me honra com a permissão para que um poema seu seja postado aqui, junto com a minha crônica. Grata, Marília.
(imagem do google)

SURPRESA AGRADÁVEL
Angela Cristina Fonseca - 07/08/2014

O centro comercial da cidade de Belo Horizonte, como o da maioria das capitais brasileiras – há honrosíssimas exceções! -, não é bonito. Carros demais, ônibus demais, ar poluído demais, gente demais andando sem rumo, excesso de ruído, enfim, tudo meio caótico. Mas… o consultório da minha dentista de muitos anos é em pleno coração do centro, a praça Sete. Sete o quê mesmo? Sete de setembro, dia da proclamação da independência do Brasil por Pedro I, um português. 
Lá fui eu cuidar do sorriso. Aproveitei, então, que estava no centro da cidade e perambulei um pouco: fui ao banco, à papelaria e a uma loja de frutas na Rua Tamoios que é um achado: vende frutas comuns e exóticas, verduras e legumes orgânicos e onde se pode tomar um suco de misturas de frutas variadas, preparado na hora, simplesmente delicioso, por R$3,00. Cansada, já voltava para casa, quando, em plena esquina barulhenta, suja e feia, surge, resplendente, um ipê rosa imenso, coberto de flores. Parecia escandalosamente deslocado em meio ao caos, porém dono de uma imponência inquestionável. O mais curioso é que por ele passava gente apressada, fisionomia carregada, sem perceber que o ipê estava ali e que bastaria um olhar para desanuviar qualquer semblante. Passei por ele e, vaidoso com o olhar embevecido que lhe dirigi, deixou cair uma flor no meu cabelo despenteado pelo vento. Cumplicidade absoluta.
Pensei: ipê é uma planta perseverante, que cresce e floresce e encanta nossos olhos nos lugares mais inóspitos e até em meio a condições adversas – faz tempo que não chove em nossa cidade! Aí pensei também na Luz maior, aquela que vela por todos nós enquanto andamos ao acaso, despreocupados, e que veste com luxo as árvores para enfeitarem nosso caminho.
Bem, a primavera vem chegando. Como nosso clima anda alterado, a natureza reage com certa confusão: mangueiras e jabuticabeiras floridas antes do tempo são um sinal. O lado bom é que lá estão também os ipês, por todo lado, a nos dizer que, se nem tudo são flores, eles garantem o espetáculo.
Bons ventos soprem para nós!

TEMPO DOS IPÊS
Marilia Siqueira Lacerda - Ipatinga-MG

Ouço o cair da chuva
de encontro às folhas
expostas ao tempo.

(Linguagem silenciosa,
intermitente e inviolável.)

Testemunho distraídos
e discretos raios de sol,
por entre frestas de nuvens
abertas ao vento.

Impressiona-me
o tempo dos ipês,
o sorriso das flores
e o convite,
para admirar o sol
se esconder,
opaco,

por detrás das serras.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

QUATRO MÃOS E DUAS CRÔNICAS


(imagem do google)

Muito bom quando encontramos alguém que partilha - e desfruta conosco! - um mesmo interesse. Há alguns meses escrevi sobre o prazer de enviar cartas. Em papel e envelopadas, como nos velhos tempos. E agora vem a minha querida amiga e escritora Andreia com uma crônica sobre o mesmo tema. Pedi licença a ela para postar aqui o seu texto, junto com o meu. Penso que muita gente, que também gosta de escrever e receber notícias mais pessoais e menos "uniformizadas", irá concordar conosco. Em tempo de mensagens curtas e quase sem emoção, a boa e velha carta ainda tem valor imenso para um grupo significativo de pessoas. Voilà!

aki naum paramos d escrever
o q eh d+
Angela Cristina Fonseca

Tenho saudade de escrever cartas. De ir à papelaria atrás de bloco pautado e envelope. Aqui um parêntese: visitar papelaria sempre foi, para mim, uma aventura sensorial. Gosto de papel, acaricio para sentir a textura; encanto-me com os mais variados tipos de cadernos, blocos, pastas organizadoras, em cores e formatos diferentes; adoro as novas engenhocas usadas para apontar lápis, grampear e clipar, a cada dia mais atrativas; as caixas, de todos os tamanhos e padrões, lindas, de encher os olhos: os lápis – sempre os B’s! -, de maciez variável, respondendo ao toque das mãos, firme ou suave. E os cheiros... ah, os cheiros!... Na verdade, aromas, quase feromônios para minhas narinas irremediavelmente seduzidas... Fecho parêntese.
A última carta pessoal que escrevi data de 2009. O destino, inusitado. Um amigo-irmão, professor de literatura portuguesa, fora passar dois anos na Croácia. Leitorado na Universidade de Zagreb. Conversávamos quase semanalmente no skype, pelo prazer de podermos nos ver. Trocávamos e-mails também, quando havia material didático interessante para compartilhar. Mas, as cartas, não muitas, faziam parte expressiva de nosso repertório de comunicação. É interessante: esse mesmo amigo já viveu umas tantas vezes fora de Belo Horizonte, depois que nos conhecemos. Ausências sempre ligadas à carreira acadêmica. E sempre trocamos cartas. Poucas, a bem da verdade, porém extraordinárias. A primeira parte era constituída de pequenos contos ou crônicas a respeito do que nos acontecia no cotidiano, entretanto, narrados na terceira pessoa, como se outras fossem as personae. Só depois vinha a parte, digamos, mais social e prosaica. Eu adorava.
Outro amigo, artista plástico, ilustrava suas cartas com seus desenhos, que, de tão primorosos, inspiraram-me a ideia de realizar uma exposição, intitulado CARTAS, com aquelas obras de arte. A qual acabou não acontecendo, infelizmente.
Já escrevi muitas cartas nestes meus quase sessenta e seis anos de vida. A maioria à mão. Foi um longo tempo sem computador (não havia, ainda!) e outro tanto, anteriormente, sem máquina de escrever (que só pude comprar já adulta, com o fruto do meu trabalho).
Fico pensando nos jovens de hoje e suas máquinas touch screen. A sensibilidade ao toque não substitui a sensibilidade amorosa de trocar cartas: o prazer de fechá-las como se fossem um cofre cheio de segredos; de colar os selos, que já foram verdadeiros objets d’art miniaturizados; de ir aos Correios, postá-las; e, depois, conferir diariamente a caixa postal, na expectativa de uma resposta.
Vivemos um tempo acelerado, de msgs curtas e cheias de códigos, abreviaturas e ícones. Como no título que dei a este texto.
Estou envelhecendo. Vejo abreviar-se o meu tempo de permanência no planetinha azul, embora não arrefeça o meu desejo de escrever. Venho, então, buscando as referências do meu passado. Lembro-me do dia em que fui enviar a tal carta para a Croácia, com um endereço cheio de palavras estranhas, e o funcionário da agência comentou: “Nossa, nunca tive nas mãos, até hoje, qualquer correspondência para o leste europeu!...”
É por causa destes pequenos eventos que volta, sempre, a saudade de escrever cartas...


CARTAS

Andreia Donadon Leal
Cartas me emocionam, sim! Lembro-me da época em que estudei a clássica carta de Pero Vaz de Caminha, descrevendo ao Rei de Portugal as belezas e riquezas imensuráveis encontradas no Brasil. Imagino o deslumbramento dos descobridores; as expressões de encantamento e fascinação pelo país tropical... Não foi somente nos estudos que me fascinei pelo gênero epistolar. Na infância, verificava a caixa postal de casa, a pedido de meus pais. O que me fascinava era o envelope não tão branco, com marcas de cola, dedos, canetas, com selos coloridos; a curiosidade se aguçava ao ler o nome do remetente e ‘carta social’. Certamente pensava que o vocábulo significa coisa ‘importante’... O envelope poderia trazer boas ou péssimas novas, que mudariam nossas vidas para melhor, ou não... Uma vez recebemos carta em que comunicava a transferência do meu pai de Itabira para Vitória-ES. Carta burocrática, alguém explicou. A meninada chorou horrores, quando pai leu a missiva burocrática, pausadamente. Estranhamento e insegurança com o desconhecido. Primeiro pânico: perder os amigos da escola... Segundo pânico: experimentar algo novo... Mal sabíamos que lá teríamos boas surpresas. Mal sabíamos que lá, viveríamos confortavelmente em casa espaçosa e de frente para a praia. Mal sabíamos que lá veríamos o mar, tão perto, ao alcance das mãos e de nossos corpos desejosos das águas do oceano. Mal sabíamos que lá, aprenderíamos a nadar. Mal sabíamos que lá, viveríamos a melhor época de nossas vidas. Carta burocrática chata, abençoada! Nem sempre recebemos boas novas... Isto é fato, mas aqui relato o que ficou guardado na memória, e hoje faz parte de lembranças que faço questão de contar.
Recordo-me, ainda, de outras que cheguei a receber. Na infância e adolescência recebi apenas duas missivas, devidamente envelopadas e seladas; de uma amiga de Itabira e de um conhecido de Santa Bárbara. A internet não estava ao meu alcance; não havia nem e-mail, nem redes sociais.
Cresci e conheci e-mail. Que coisa sofisticada, mas a desconfiança bate à porta quando as coisas estão no início. Estranho ler carta em tela luminosa. Custei a me acostumar com a facilidade do e-mail. Custei a me acostumar com a velocidade dos comunicados e informações... Custei, mas finalmente, gostei de poder escrever mais e mais para amigos, parentes e pessoas conhecidas, que não via havia tempo. O correio eletrônico, sem dúvida, facilitou o envio de cartas e encontros... 
No final da universidade, isso já com meus vinte e oito anos de idade, tive o ímpeto de escrever cartas-poemas para meu ex-professor, que hoje é meu marido há doze anos. Não por e-mail, mas pelo correio tradicional, com bordados feitos à mão, letra caprichada, com direito a gotículas de perfume. Não sei o número de cartas, mas certamente foram tão eloquentes e apaixonadas, que chegaram a atingir o objetivo: laçar o moço pelas palavras...
Mudei-me para Mariana quando me casei. A paixão pela escrita e leitura sempre fizeram parte de minha vida. Corri atrás do sonho, de poder ilustrar palavras em jornais, revistas e livros... Com o passar dos anos e à medida que escrevia e publicava mais livros, comecei a receber mais cartas eletrônicas e/ou postadas pelo correio tradicional. Impressões, críticas e relatos sobre obras, personagens dos livros, etc. Recebi de inúmeros lugares, desde os mais improváveis ou inesperados. Algumas vieram de sistemas prisionais, talvez por distribuir grande parte dos exemplares para entidades culturais, filantrópicas, bibliotecas públicas e comunitárias e em escolas, etc. Mas, cadê a emoção nisto tudo? A carta que mais me tocou. A carta das cartas. A carta que informava possíveis modificações. As cartas com depoimentos intrigantes que valeriam a pena relatar neste texto. Não, não tenho este objetivo. O que me emociona profundamente é quando alguém ou algum fato consegue me tocar ao ponto de lembrar fatos do passado. Isto sim, vale a pena contar.
Receber cartas que falam da paixão de ler um livro, passagens de determinadas estórias, encontros e aprendizagens com personagens, etc... Estas me emocionam muito, pois me fazem lembrar a época em que estudei a de Pero Vaz de Caminha, que descrevia o deslumbramento e fascinação pelo novo, ou as que eu mesma escrevi no final da universidade para meu professor, com desejo de conquistar o amor, através das palavras...
Hoje, tive o prazer de receber em minha caixa postal, cartas devidamente envelopadas, seladas e com diversos desenhos, falando sobre impressões dos alunos de zona rural, sobre um livro meu de estória juvenil. Penso que muitos escritores recebam convites e missivas de alunos. Normal. No entanto, todos os remetentes tinham o desejo de tocar a sensibilidade da escritora, com frases e textos bem engendrados, que atingiram o objetivo dos meninos: laçar a escritora pelas palavras. Talvez com a mesma pitada de sedução de uma ex-aluna que queria conquistar seu ex-professor...
Bem-vindas as cartas!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

FOGO E ÁGUA



(imagem do google)

As janelas de nossa casa no sítio são molduras para impressionantes obras de arte. Natureza viva. De frente, a Serra da Moeda, com suas porções de mata nativa ainda preservada, onde se escondem bromélias e orquídeas únicas na flora do estado de Minas Gerais. Na parte de trás, o que chamamos, carinhosa e orgulhosamente, de “nossa mínima amostra de espécies remanescentes de Mata Atlântica”, embora estejamos longe do mar. Intocada. Raros espécimes de pau-ferro, ipês, jacarandás, jequitibás, visgos, pinheiros e touceiras de bambu, dentre outras. Por todo lado onde o olhar nos leva, verde, muito verde.
No entanto, nos últimos anos vêm crescendo as áreas desmatadas para fazer pasto. Afinal, nós, humanos, nos reproduzimos exponencialmente e haja gado para atender nossa demanda por carne! Ainda assim, ilhas de verdor ainda nos deleitam os olhos. Ou deleitavam.
Este ano vimos provando os efeitos nefastos de um estio prolongado. Nos grandes centros urbanos, a percepção ocorre quando começam a falar de racionamento e falta de água. E são muitos os alertas, na maioria das vezes, porém, sonegados pela administração pública, pensando nos dividendos de um ano eleitoral. A população, menos informada e inconsciente, ou não sabe mesmo, ou finge não saber do momento crítico em que nos encontramos. Continua a usar a água como se fosse um recurso inesgotável. Carros e calçadas são lavados e varridos com mangueiras sem gatilho, deixando perder-se líquido precioso que nos fará falta adiante, para as necessidades mais básicas. E este é apenas um exemplo.
Nós que, de vez em quando, nos aproximamos um pouco mais da natureza e podemos acompanhar os seus ciclos, andamos preocupados com o que temos visto. Há cerca de dez anos, já tivemos períodos longos de chuva abundante, quando podíamos testemunhar a renovação da vida. Penso que, não por acaso, verde é a cor da esperança. Entretanto, a cada ano que passa, vimos constatando uma redução drástica no período e no volume das precipitações e o esforço hercúleo da Mãe Gaia para fazer frente à adversidade. A distribuição das chuvas vem se dando de modo desequilibrado: em algumas regiões, água destruindo tudo; em outras, seca inclemente.
Estamos no final do mês de agosto de 2014 e descer a serra no último dia 27 foi uma experiência desoladora. Ver de longe, nas imagens da TV, não é o mesmo que enxergar de perto o que o estio e a nossa imprevidência vêm fazendo. Inúmeros focos de incêndio, a maioria irresponsáveis e criminosos, espalhando-se e transformando hectares e mais hectares de mata em amontoados de cinzas. Uma cena de fazer chorar. Em um local onde, quando chove, costumam brotar tantas nascentes de água... Todo ano, nesta época, pode-se ver um foco ou outro de queimada criminosa, mas, desta vez, é estarrecedora a dimensão do estrago. Áreas imensas da Serra do Rola Moça emendando-se com outras tantas da Serra da Moeda, e um cheiro inequívoco de fumaça no ar. À noite, o que se vê daquelas mesmas janelas é um colar de fogo ameaçando tudo, de condomínios de luxo a pequenas propriedades rurais. Democraticamente. Além dos mananciais de água, nossa fonte de vida.
Eu me pergunto: que será do lobo-guará, da jaguatirica, dos saguis, dos esquilos e coelhos selvagens, da raposinha parda, das saíras, dos tico-ticos, papa-capins, sabiás e sanhaços, trinca-ferros, beija-flores e gaturamos, dos jacus, tucanos, e papagaios, das maritacas e gralhas, seriemas e saracuras? E dos besouros, das abelhas, cigarras e borboletas, das cobras, dos teiús e calangos, dos sapos e das pererecas e tantos outros residentes destas matas reduzidas, destruídas pelo fogo? Uns poucos chegam até a nossa porta, sem receio, porque lhes oferecemos alimentos e água, enquanto milhares de outros são sacrificados no altar da insanidade geral. Quem se importa?
No céu, apenas o voo dos helicópteros da Polícia Florestal e dos brigadistas voluntários brigando uma briga desigual...
Hora de acordar, tomar atitude e mudar. Ou será que o nosso patrimônio natural se transformará exclusivamente em insumo?  

Em tempo: no dia 28/08 caiu ligeira chuva à noite, reduzindo o fogo e limpando a atmosfera. Aplaudimos de pé!

(Angela Cristina Fonseca, em 29 de agosto de 2014)