Creditar a exuberância desesperada de Fernando Pessoa a entidades obsessoras, como querem alguns seguidores do Espiritismo, a mim me parece um profundo equívoco. É pretender deslustrar uma obra densa e peja de brilho próprio. Os heterônimos foram uma solução, digamos, terapêutica para uma psique fendida pela dor da lucidez. Uma tentativa de lidar com a loucura mesma de suas teses e antíteses, da solidão e da culpa, das carências e do peso da rejeição, dos pruridos da homossexualidade em um contexto social conservador.
Nem mesmo sua busca pela transcendência, dentro de sociedades esotéricas e/ou guetos de ocultismo, conseguiu trazer-lhe algum apaziguamento. Deram em tédio e ceticismo: argúcia e inteligência nunca lhe permitiram soluções fáceis, confortadoras, as bengalas psíquicas. Tudo em vão diante de uma alma atormentada por suas tão humanas controvérsias.
(Angela Cristina Fonseca, junho/2014)
Minha amiga, vc escreve muito bem. Uma escritora de primeira. Tenho orgulho em ser sua amiga! Muito bom seu texto sobre esse poeta! Grande abraço!
ResponderExcluirQue bom que gostou, Cris! Você é uma amiga generosa. Obrigada. Abraço.
ExcluirJá favoritei seu espaço. Está ótimo. Parabéns.
ResponderExcluirGrata por seu incentivo, xará! Um abraço, Angela Togeiro.
ExcluirYessss! Primeiro: tá lindona na foto. Segundo: adorei a ideia de vc deixar registrado tudo que anda escrevendo....e como anda né amaaada?! TODENTRO!!!! Não sabia desse babado do Pessoa naum rsrs. Gostei imenso das "bengalas psíquicas". Sucesso minha querida.
ResponderExcluirBeijuuss
Que bom que passou por aqui Rê!. Bem, este é o novo espaço e espero que vocês, amigas fiéis, gostem do que leem. É também um espaço aberto. Quem quiser enviar textos para publicar aqui, será muito bem-vindo. Beijinhos, obrigada.
ExcluirDe fato, a similaridade com a missiva pessoana é impressionante! Você tem razão... Essas sinergias inexplicáveis devem ter uma... explicação!
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