(imagem do google)
“Santo é o
pecador que não desistiu.” (Paramahansa Yogananda)
Gosto das minhas sombras. Desse canto secreto,
obscuro que todos possuímos, mas não gostamos de mostrar. Eu poderia fazer o
questionamento nivelador: ”Tenho sombras, sim! Mas quem não as tem?” No entanto, não são as sombras alheias que me
interessam. Que cada um lide com as suas como quiser. Ocupo-me das minhas.
Elas são, sem dúvida, o meu contraponto, meu fiel da
balança. Reconhecê-las resgata o meu ponto de equilíbrio. São minhas sombras
que me puxam para o chão de incertezas que é a vida. Libertam-me do rigor
impiedoso do perfeccionismo, salvam-me de qualquer orgulho ostensivo, das vãs
vaidades. Dão-me o empurrão necessário para o território da dúvida, para longe
das certezas inúteis. Relativizam-nas.
Sombras são como os velhos negativos de fotos:
delineiam, mas não detalham; sugerem, porém não revelam. Causam-me, a um tempo,
o espanto e a admiração diante do que sou. Fazem parte da substância da minha
alma. Tiram, um a um, os véus da minha própria cegueira, abrindo caminho e
espaço para minha luz verdadeira.