(imagem do google)
2014. Ano que vem confirmar uma palavra de uso
corrente: atípico.
Começou com pouca chuva ou excesso dela,
dependendo da região. As safras de milho e feijão de pequenos produtores
perderam-se, irremediavelmente. Tenho conhecimento disso porque meu marido e
eu, que plantamos apenas para consumo próprio, colhemos quantidades ínfimas,
que mal chegaram a nos abastecer por dois únicos meses. Dinheiro jogado fora com insumos, ainda que mínimos.
A seguir, o país transformou-se em um canteiro
de obras, muitas delas mal feitas ou inacabadas, com vistas à chamada, por
excesso de ufanismo e marketing, de “Copa do Brasil”. Se, de um lado, via-se a
euforia de quem esperava faturar com o evento, de outro ficou evidente a
insatisfação de extrato significativo da população com os gastos astronômicos,
superfaturados, para sediar o mundial e os escândalos políticos, ocorrendo
paralelamente no mais alto escalão da administração pública, que resultaram em
manifestos de rua e, para variar, muita quebradeira. Feita por gente
supostamente infiltrada, para desqualificar o protesto. Sabe-se lá!...
Resultados pífios para tanta expectativa: o time brasileiro, completamente
perdido e apático em campo, sofreu derrotas fragorosas, enquanto a presidente
era vaiada em suas aparições nos estádios. Mais tarde, uma das obras tocada às
pressas, com erros de cálculo e execução, ruiu em Belo Horizonte , uma
das cidades-sede, deixando um saldo lamentável: duas mortes, inúmeros feridos,
transtornos vários para residentes do entorno e prejuízo generalizado para
todos. Além do velho “jogo-de-empurra” para apurar responsabilidades.
Nem
bem saímos desse conturbado cenário, começou a campanha para uma grande
eleição, com cinco modalidades de cargos públicos à disposição de milhares de
candidatos. Logo de início, um lamentável acidente aéreo, de causas ainda
obscuras, levou a óbito um candidato com forte perspectiva de tornar-se
presidente do Brasil. Sua plataforma era mudar o país, após o forte desgaste da
atual administração, acusada de envolvimento com desvio de quantias
extraordinárias de dinheiro da nossa maior estatal, fato que a derrubou
perigosamente no ranking das grandes empresas mundiais, espantando
investidores estrangeiros. Após a morte de tal candidato, acirraram-se as discussões, ao tempo
em que a campanha seguia, marcada por mentiras e golpes rasteiros, que se
intensificaram com a ida inesperada para o segundo turno da chamada candidatura
de oposição, contra a candidata da situação reivindicando um novo mandato. A
palavra que, de fato, marcou as últimas três semanas de propaganda e debates
foi “mudança”, nas trocas de ideias entre pessoas. E que acabou não ocorrendo,
quando, em disputa apertada, voto a voto, os brasileiros acabaram por sufragar
o continuísmo, o “mais do mesmo”, cada um movido menos em torno de um projeto
de país e mais por seus próprios interesses, embora se ocultassem por trás de
um discurso fake de que o fizeram “pelo bem do Brasil,
dos pobres e dos oprimidos”. No qual me permito não acreditar.
Após
a reeleição, difícil, veio a público a Presidente da República afirmando, entre
outras coisas, que “venceu o amor”. Não foi o que vimos. O que se constatou foi
muito ódio, o libelo entre um e outro lado, a radicalização a tal ponto de se ressuscitar
um velho discurso separatista, há muito guardado no fundo de algum baú da
história. De quem a culpa? A grande mídia, para variar, não se manifestou: usou a
velha técnica da avestruz, para nada ver e não se envolver. No entanto, nas redes
sociais, território ainda razoavelmente democrático, indícios, e até evidências,
apontaram para o partido do governo federal e seus prosélitos, que tanto
incitaram o rancor entre classes sociais, etnias e gêneros. Para além disso,
testemunhamos o término, doloroso e permeado de ofensas, de muitas relações
interpessoais.
E
agora? A questão do abastecimento de água persiste e se agrava de modo
aterrador. Na política, é banido um decreto presidencial que tiraria do
parlamento o poder constitucional de voto e veto e regularia o uso dos meios de
comunicação de massa, em favor de uma ditadura radical de esquerda;
fortalece-se a oposição, a partir do resultado das urnas; o povo vai às ruas, de novo; pipocam pedidos
de recontagem de votos, sob a alegação de fraude; e recrudesce o clamor por
impeachment da presidente eleita e intervenção das Forças Armadas. Boataria de todos os lados
garante a discussão sobre a legitimidade de tais reivindicações, se são reais, ou
apenas infiltradas para desqualificar e
enfraquecer as manifestações. E o ânimo dos cidadãos não arrefece, sinalizando uma vontade forte de tomar as rédeas nas próprias mãos.
E eu
pergunto: o quê mais virá neste ano de 2014, que ainda não acabou?
É Angela tivemos muitas surpresas esse ano mesmo, uma delas é a essa falta de água, outra é a reeleição da Dilma. Espero que não tenhamos mais nenhuma ou melhor que tenhamos muita chuva em abundância sem causar estragos. Que Deus tenha misericórdia porque a água é um bem precioso! Grande abraço!
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